É preciso travar a destruição das minorias religiosas no Médio Oriente, afirmou o arcebispo Tomasi.
O embaixador do Vaticano nas
Nações Unidas reconheceu que pode ser necessário usar a força para proteger
grupos religiosos minoritários que estão a ser perseguidos pelo Estado Islâmico
no Iraque e na Síria.
Num
comentário invulgar para um diplomata do Vaticano, o arcebispo Silvano Tomasi
disse numa entrevista ao site católico
americano Crux que os jihadistas estão a cometer "genocídio" e têm de
ser travados. "Se não o fizermos, no futuro vamos indignar-nos por não
termos feito nada, por termos permitido que uma tragédia tão horrível tenha
acontecido", afirmou.
Tomasi lançou as pistas para uma coligação internacional que não
deveria ser apenas ocidental e deveria actuar sob a égide das Nações Unidas.
Deveria incluir os países muçulmanos do Médio Oriente – à semelhança das forças
reunidas pelos Estados Unidos para bombardear as posições do Estado Islâmico
desde o Verão passado.
Esta sugestão baseia-se nas palavras do Papa Francisco, que
disse que o uso da força "é legítimo", se for para "parar um
agressor injusto", após a decapitação de 21 egípcios cristãos coptas
por membros do Estado islâmico na Líbia, sublinhou o diplomata do Vaticano.
Esta entrevista foi divulgada ao mesmo tempo que Tomasi divulgou uma declaração, feita conjuntamente
com a Rússia e o Líbano, no Conselho dos Direitos Humanos, em Genebra, para
proteger os direitos humanos dos cristãos e outras comunidades no Médio
Oriente. O documento tem o apoio de 70 outras nações, entre as quais Portugal.
Estas declarações são surpreendentes porque tradicionalmente o
Vaticano tem-se oposto a intervenções militares no Médio Oriente, incluindo as
duas guerras do Golfo lideradas pelos Estados Unidos.
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