terça-feira, 4 de agosto de 2015

Dom Henrique fala sobre a juventude conservadora

Dizem assim:
Esses jovens de hoje têm saudade do passado, vivem sonhando com o que não viveram... E muitos ridicularizam tantos jovens católicos que procuram uma prática séria, comprometida com a sua fé...
Mas, eu me pergunto e pergunto:
Será mesmo saudade do passado?
Será mesmo saudade do que não viveram?

Penso que não!
Primeiro, a saudade não é, fundamentalmente do passado, mas do Infinito, do Eterno, de Deus!
A saudade é de comprometer a existência toda não mais com algo ou com ideias ou ideologias, mas com Alguém, com uma Pessoa, com o Cristo de Deus, que nos dá a Vida que enche o coração de Eternidade!

Quem acha que os jovens estão olhando para trás, penso que viu a seta na direção errada: não é para trás, é para cima, para o Eterno, que será sempre a saudade do coração humano em cada geração!
Façam o que fizerem para sufocar essa sede, essa saudade, essa lembrança, mas ela volta, teimosa, porque fomos feitos dela, é ela que nos faz realmente humanos. Penso, reinterpretando, nos versos de São João da Cruz, um saudoso incurável:
“Ah, cristalina Fonte,
se eu nestes Teus olhos prateados,
visse ó Fonte divina,
os olhos desejados,
que trago nas entranhas esboçados!”

E por que, então, procuram o passado? – assim perguntam, irritados...
Atenção, que também aqui, a questão não é o passado pelo passado!
Quem pensa que tantos jovens católicos procuram o passado simplesmente pelo próprio passado, não compreendeu o cerne da questão...
Para mim, há um motivo: no presente, a secularização, o antropocentrismo radical e virulento que coloca Deus de lado, Deus em função do homem, a desfiguração do sagrado, a banalização da liturgia, o desleixo na oração, o esquecimento da ascese, deixaram muitas expressões da nossa fé sem vida, sem graça, rasteiras e secas...
Onde, então, a moçada olha para procurar referenciais? No passado, que para eles inspira identidade e segurança de valores.

Demos aos jovens um presente de real e amoroso encontro com Cristo, de seriedade na fé, de busca de santidade, de altos ideais, de sacralidade, de doutrina católica sólida, de moral cristã sem máscaras ou descontos, de coerência com os dois mil anos de história da Igreja, numa perspectiva de progresso orgânico e não de ruptura, e os jovens sorrirão de alegria e, com entusiasmo seguirão nossas orientações.
Pensando bem, saudoso mesmo é aquele que fica querendo a todo custo ler e interpretar o jovem de hoje com os critérios dos jovens dos anos sessenta e setenta do século passado... Cuidado, porque esses jovens não existem mais: hoje são avôs e avós! Cuidemos de dialogar com paciência, de orientar com simpatia, generosidade de coração e abertura de ânimo para com os jovens de hoje, com a sensibilidade de hoje!
Fique com raiva não. É isto que eu penso...

Via: Facebook Oficial do Bispo

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